
Ultimamente tenho pensado muito entre a necessidade humana de querer resposta rápida, pronta e prática, como uma receita de bolo. Ora, isso não é atoa, fomos criados assim, o que dizer do ensino público, (este me sinto mais a vontade para falar, pois usufruir durante anos) aquele mesmo que é chamado de ensino fundamental, tudo muito objetivo, sem muitas perguntas e quando têm, respostas objetivas.
Claro, não é preciso fazer o estudante pensar, tem alguém que deve pensar por ele. É essa mentalidade que contribui para a precariedade da formação dos futuros profissionais. Ninguém é estimulado a interpelar, discutir, pensar, pensar, pensar... Ora, assim é mais fácil, para todos. O professor que não tem muito trabalho, o governo que tem todo um interesse de formar robozinhos e ainda de quebra a taxa de analfabetismo cai e para o aluno que passa todo ano, e ganha moral em casa.
Bem parece brincadeira, e deve ser mesmo, mas brincadeira de gente grande e que acarreta sérios problemas para a educação. E olhe que quando alguém se atreve a questionar ou mesmo a não dá uma resposta exata é logo reprimido e causa uma polêmica danada, falar de sexo, homossexualidade, corrupção etc, é uma alvoroço só. O professor também, àqueles que tentam fazer o estudante refletir e não concede uma reposta pronta e objetiva, é cobrado para fazer o inverso.
E o que dizer da posição hierárquica, que demarca uma relação de poder e superioridade entre professores para com os estudantes, aqueles muitas vezes, se colocam como o dono da verdade e uso de marcadores lingüísticos para legitimar sua suposta superioridade. E percebo então uma das diferenças entre a universidade e ensino fundamental ou médio. Na primeira os professores, sentam juntos, discutem, estimulam a refletir, ler outros autores e ainda nos ouve e permitem ser questionados e quase nunca invalida a opinião do outro, até porque o mito da verdade absoluta é desfeito. Já na outra é tudo muito padronizado, seguindo fielmente os livros didáticos, este nem vou tecer comentários no momento.
Enfim, espero que um dia acabe de vez com conceitos retrógados de certo e errado, da visão maniqueísta do bem e do mal, da forma tão objetiva e engessada de ensinar.